Por Berna Almeida

crônicas -

E Agora, é Alzheimer?


O momento mais crucial é quando o diagnóstico dá positivo, doença esta que é uma incógnita e nos tira o fôlego.


O que vamos fazer com um sujeito que adentrou nossa casa e roubou nossos pais de nós. Papai não saberá mais quem eu sou, mesmo eu sabendo quem é ele.

Estamos perdidos diante do inevitável, doença sem cura, memórias que se perdem ao longo do tempo, atrofias, retardos, medos, delírios, perdas , percas, danos, sequelas irreversíveis.

Deu positivo e nos negamos a aceitar uma situação que foge ao nosso controle e é complicado quando se trata de alguém que nos é tão íntimos, saímos de seu ventre, fizemos parte desta corrida e a ganhamos para hoje termos que cuidar de alguém que daqui a pouco não lembrará mais de nós.

Precisamos infelizmente ler o diagnóstico, chorar todos os danos, enlouquecer o máximo, mas depois precisamos ver o que será feito com este diagnóstico.


Cadê a família?

Convoque-os!!!

É preciso decidir como será, quem vai ficar com quem, quem será o responsável, quem cuidará de quem cuidou de todos.

Nesta situação o sentimentalismo não pode sentar se à mesa, precisamos ser sensatos, há um problema sério a ser resolvido e resolvido com coerência, com equilíbrio.

Que fiquem os que puderem ajudar, os que não puderem agradecemos, mas o ente querido precisa de quem quer ajuda lo.


A partir do momento em que encaramos a situação, por mais difícil que seja, os caminhos se abrem e as soluções aparecem, mesmo que por dentro estejamos dilacerados, mas precisamos ter pulso forte, precisamos cuidar do nosso ente querido, precisamos dar a ele todo o conforto e segurança possível.

Jamais esqueçamos que não existe ex filhos e nem ex pais, quem decidiu ficar ou ir, não perde o cargo, e quem ficou não deve se preocupar com quem foi.

Cumpra amorosamente com a sua missão, um dia você irá entender a razão pela qual você ficou.



Autora: Berna Almeida